segunda-feira, 16 de junho de 2008

Arcadismo




Arcadismo



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-Análise de um texto


O Arcadismo, também conhecido como Neoclassicismo, caracteriza-se pela busca de restauração dos ideais de sobriedade e equilíbrio da antiguidade clássica em contraposição aos excessos do período anterior, o Barroco. O movimento é contemporâneo do Iluminismo, corrente de pensamento racionalista que se divulgou pela Europa no século XVIII e que culminou com a Revolução Francesa, em 1789. Associações de letrados como a Arcádia Romana e, mais tarde, a Arcádia Lusitana foram veículos importantes para a propagação do ideário do movimento na Europa. O nome "Arcádia" é inspirado na região lendária da Grécia que representa o ideal de comunhão entre homem e natureza, daí o Arcadismo ter como tema privilegiado o bucolismo, em que a natureza é vista como refúgio último das noções de verdade e beleza. Tem como características fundamentais: o Carpe diem: aproveite o dia, o momento presente, não se preocupar com valores religiosos, pecado, perdão... o Fugere urbem: fugir da cidade para o campo, onde haveria uma vida melhor, simples e plena de felicidade. o Inutilia truncat: acabar com a linguagem complicada do período anterior, o Barroco, e utilizar palavras e expressões simples. o Pastoralismo: imitação da vida dos pastores, a vida no campo. o Musa: adoção de musas inspiradoras para a composição literária. o Pseudônimos: os árcades adotavam pseudônimos, mais uma vez para imitar os camponeses que usavam nomes simples. o Volta aos clássicos: retomada de valores clássicos da literatura, como utilização de termos em latim, a forma de manifestar o amor, as musas, elementos mitológicos.


Autores Árcades Brasileiros:


Os escritores brasileiros do Séc.XVIII comportavam-se em relação ao Arcadismo importado de modo peculiar, e procuravam obedecer aos princípios estabelecidos pelas academias literárias ou se inspiravam em certos escritores clássicos consagrados.


* Basílio da Gama: escrevia poesias líricas e, especialmente, épica. Com O Uraguai, ao reverter o esquema épico tradicional consegue harmonizar a paisagem à ação épica, dando-lhe plasticidade, além de tratar os indígenas como matéria poética, e não apenas informativa. Utiliza os versos da tradição épica neolatina, o decassílabo, com o qual consegue efeitos sonoros e imagéticos que reforçam os significados.Principais obras: "Epitalâmio às Núpcias da Senhora. Dona Maria Amália" (1769); "O Uraguai" (1769); "A Declamação Trágica" (1772); "Quitúbia" (1791).


* Cláudio Manuel da Costa: Também conhecido pelo pseudônimo de Glauceste Saturnio. Liderou o grupo de árcades mineiros e soube dar continuidade, apesar das limitações da colônia, à tradição de poetas clássicos como Luis de Camões. Sua obra é a que melhor se ajustou aos padrões do Arcadismo europeu, embora se note num ou noutro soneto certa influencia barroca. O poeta cultivou a poesia lírica e a épica. Na Lírica - tem destaque o tema da desilusão amorosa - e na Épica, escreveu inspirado nas epopéias clássicas que giravam em torno de Minas Gerais.


* Tomás Antonio Gonzaga: O mais popular dos poetas árcades mineiros. Sua poesia comparada à dos demais árcades brasileiros,apresenta algumas inovações que apontam para uma transição entre Arcadismo e Romantismo (subjetividade, espontaneidade e emotividade). Gonzaga cultivou a poesia lírica, reunida na obra Marilia de Dirceu, e a poesia satírica, reunida nas Cartas Chilenas.


Portugueses:

Durante o Arcadismo Português, o gênero literário predominante foi o poema, embora tenha havido criação em todos os gêneros.

* Manuel du Bocage: Sua obra traduz o momento transitório que viveu entre a Rev. Francesa e o Romantismo. Embora tenha se destacado como poeta satírico e erótico, seu ponto forte eram os sonetos. Bocage é considerado o melhor escritor português do séc.XVIII ,e ao lado de Camões e Antero de Quental, um dos maiores sonetistas da literatura portuguesa.

* Luis de Camões: As obras dele foram dividas em líricas e amorosas. Um exemplo das obras líricas foi Os Lusíadas, dividido em 10 cantos, exalta a conquista de Portugal na rota das índias. A obra lírica de Camões foi publicada como "Rimas", não havendo acordo entre os diferentes editores quanto ao número de sonetos escritos pelo poeta e quanto à autoria de algumas das peças líricas. Alguns dos seus sonetos, como o conhecido Amor é fogo que arde sem se ver, pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam o Barroco.


Análise de um texto


“Possuirei aquela mulher; arrebatá-la-ei do marido que a profana; ousarei tomá-la ao próprio Deus que ela adora. Que delícia ser alternadamente o causador e o vencedor de seus remorsos! Longe de mim a idéia de destruir os preconceitos que a assaltam. Eles aumentarão minha felicidade e minha glória. Que ela acredite na virtude, mas para sacrificá-la a meus pés; que suas faltas a amedrontem sem poder detê-la; e agitada por mil terrores, não possa esquecê-los e dominá-los senão em meus braços. Então consentirei que ela me diga: 'Adoro-te'.”

(Visconde de Valmont)


Como podemos ver, o amor passa a não ter a mesma importância que tinha no romantismo e é usado como uma “cantada”, ou seja, o poeta deixa de expressar sentimentos sinceros e puros, para usar um jogo de palavras bonito, galanteios.



Alunas:Daiane
Vanessa Sousa
Vanessa Farias
Pâmella Veiga

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